A PROVA DECISIVA: A PROVA DO AMOR
Bem sabemos que as palavras “te amo”, infinitamente
repetidas em todos os tempos, em todas as latitudes do planeta, na maioria dos
casos podem ser apenas expressão provisória e vazia do sentimento humano.
Mas o olho de Jesus sabe ir além das simples palavras de
Pedro, o qual, ao dizer “te amo”, não estava blefando: mais tarde
daria a vida
por amor. Porque amor, no fundo, é só isto: fazer da própria vida um dom para a
felicidade do outro.
Então, poderíamos dizer que o evangelho é o desmascaramento
do amor falso, daquele amor que é apenas um impulso imediato da natureza
humana: amor que não é dom de si, mas apropriação indébita da vida alheia.
É verdade, existe mesmo um tipo de amor que se manifesta e
se afirma como realidade oposta ao amor verdadeiro; como dilatação e sublimação
do próprio egoísmo. Egoísmo que vive e se alimenta com a exploração da outra
criatura, a qual, não raro, acaba sendo destruída.
É claro que o evangelho não é projeto de psicanálise. É
antes a enunciação de um projeto existencial, em que todas as nossas energias,
todas as nossas capacidades assim como nosso próprio coração são postos a duras
provas: convocados ao serviço daquela parte da humanidade deserdada de tudo,
que nunca soube amar porque nunca se sentiu amada.
“Tu sabes que eu te amo.” É emocionante, é belo e divino
saber que alguém nos ama. Da mesma forma, é emocionante e divino que outros
escutem de nós essa mesma declaração de amor.
Amar, porém, quer dizer estar disponível para fazer da
própria vida um dom. Pronto para ultrapassar as fronteiras da existência
individual – e se consumar para a felicidade dos outros.
Mas é sempre bom lembrar que, assim como para Jesus e para
Pedro, a prova do nosso amor só pode ser o caminho do calvário.
Texto inspirado no evangelho de São João 21,1-19
No silêncio Deus fala, no Maanaim Deus
GRITAAAAA................
Por Michelle Guimarães
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