segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Livro da imitação de Cristo


Segunda leitura
Do Livro da Imitação de Cristo
(Lib. 3,3)                                     (Séc.XV)

Eu ensinei os meus profetas
Ouve, filho, minhas palavras suavíssimas, que superam toda a ciência dos filósofos e sábios deste mundo. Minhas palavras são espírito e vida (cf. Jo 6,63), não ponderáveis por humanas inteligências.  
Não devem ser puxadas para a vã complacência, mas escutadas em silêncio, acolhidas com total humildade e afeição íntima.  
Eu disse: Feliz a quem instruis, Senhor, e lhe ensinas tua lei para que o alivies nos dias maus (Sl 93,12-13) e para que não se sinta abandonado na terra.  
Eu, diz o Senhor, ensinei no início aos profetas e até hoje não cesso de falar a todos. Porém muitos, à minha voz, são surdos e endurecidos.  
Muitos se comprazem em atender ao mundo mais que a Deus; com maior facilidade seguem os apetites de sua carne do que a vontade de Deus.  
O mundo promete
coisas temporárias e pequeninas e é servido com imensas cobiças. Eu prometo bens sublimes e eternos e se entorpecem os corações dos mortais.  
Quem me serve e obedece com tanto empenho em todas as coisas, quanto se serve ao mundo e aos seus senhores?  
Cora de vergonha, servo preguiçoso e descontente, porque aqueles estão mais prontos para se perderem do que tu para viveres.  
Mais se alegram aqueles com a vaidade do que tu com a verdade.  
E, no entanto, por vezes se frustra sua esperança,ao passo que jamais falha a alguém minha promessa, nem sai de mãos vazias quem em mim confia.  
O que prometi, darei; o que falei, cumprirei.  
Sou eu o remunerador dos bons e inabalável acolhedor de todos os fiéis.  
Escreve minhas palavras em teu coração e rumina-as com cuidado; serão muito necessárias no tempo da tentação.  
O que não entendes ao ler, entenderás quando te visitar.  
Costumo visitar de dois modos meus eleitos: pela tentação e pela consolação.  
E lhes leio diariamente duas lições: uma, arguindo seus vícios; outra, exortando a progredir na virtude.  
Quem tem minhas palavras e delas faz pouco caso, terá quem o julgue no último dia (cf. Jo 12,48).

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